Aproveitando o momento histórico das discussões que envolvem os 50 anos do Golpe Militar no Brasil, segue postagem especial para as pessoas que sentem saudades do regime militar:
Abraço Maquinista Clodoaldo
O senso comum joga pedras e mais pedras na memória de Juscelino Kubitschek quando se fala de transporte ferroviário.
Abraço Maquinista Clodoaldo
O senso comum joga pedras e mais pedras na memória de Juscelino Kubitschek quando se fala de transporte ferroviário.
Desconfio - poderia até afirmar - que muito dessa culpabilização se deva a um esforço dos governos militares de mancharem o nome do ex-presidente.
Uma investigação breve já é suficiente para se fazer repensar sobre o caso. Os primeiros relatórios da Rede Ferroviária Federal S.A., empresa estatal de economia mista criada durante o governo de Juscelino em 1957, com a razão de unificar administrativamente as estradas de ferro pertencentes à União - falidas, encampadas, devolvidas, de concessões vencidas etc - demonstram que essa empreitada tinha como meta modernizar as ferrovias existentes e, subsequentemente, ampliá-las. Parte desses planos chegaram a ser colocados em execução entre o fim do governo Juscelino e início do governo Jango.
Movimento no pátio da estação de São João del-Rei.Foto de Herbert Graf.
Erradicações até entravam na pauta, mas de maneira a serem compensadas por novas ligações e interatividade com outros modais (rodovias e hidrovias), para tanto eram realizados levantamentos e estudos.
No entanto, após o golpe de 1964, os planos foram convertidos, e o que teria a razão e justificativa de modernizar e ampliar foi transformado em alvará de desmanche. Os planos de abandono, erradicação e dilapidação da malha ferroviária brasileira tem seus dias mais violentos entre 1964 e 1984, sendo o seu resultado mais violento o Plano Nacional de Desestatização, de 1992 (governo Collor) e o tiro de misericórdia os leilões de privatização de 1996 (governo FHC).
Trem Vera Cruz Foto de Flávio Francesconi Lage em 1980 Belo Horizonte - MG.
A historiadora Dilma Andrade de Paula não me deixa mentir, segundo ela:
"ao tratar da tecno-burocracia engendrada durante o Regime Militar, analiso, em particular a atuação de Mário Andreazza, o primeiro a ocupar o cargo de Ministro da pasta dos transportes, criada em 1967. A atuação de Andreazza respondia, em primeiro lugar, à consolidação do padrão rodoviário automobilístico. Para isso, havia um estreito relacionamento com os setores privados da construção e do empresariado nacional. E, no campo da legitimação dos programas implantados, havia a constante divulgação das realizações de obras "públicas" nos diversos meios de comunicação."
A ditadura militar matou e destruiu o que pôde, por interesses de poucos. E ainda conseguiu colocar a responsabilidade de muitas de suas ações na conta de outros.
Por Compa Luiz Welber